Eu nunca havia lido Rachel de
Queiroz. Quando comprei meu Kindle, há pouco mais de um ano, O Quinze foi o primeiro livro que
baixei, pois ganhava um download dentro de uma pré-seleção, se não me engano, e
o escolhi. Mas ele ainda está lá, sem ser começado. Quem sabe acerto essa
dívida com a obra, já que com a autora eu acabei acertando, pois em novembro li
As Três Marias, que foi o livro
enviado pela TAG (www.taglivros.com.br) no kit do
mês.
Achei superimportante ler uma
escritora que:
1º Pertenceu à chamada Geração de
30, que estudei na escola e aprendi a gostar e valorizar (Graciliano,
Guimarães, Jorge Amado, José Lins etc.), pois representa um período
importantíssimo (e que me interessa) na literatura brasileira;
2º Foi pioneira numa época em que
mulheres sequer eram conhecidas por sua escrita no Brasil, uma raridade:
publicou O Quinze aos 19 anos;
3º Foi a primeira mulher eleita na
Academia Brasileira de Letras em 1977, apesar de eu ter sentimentos
contraditórios em relação à ABL.
O romance conta a história da
amizade entre três garotas que se conhecem num colégio interno e levam essa
amizade pela vida toda. Muitas questões cruciais na vida de uma mulher na
década de 20 ou 30 do século passado (e até hoje, com certeza) estão ali
abordadas, como o casamento, a maternidade e o trabalho para mulheres. Cada uma
com sua personalidade vai se encaixando na outra e elas se completam e se
entendem, se respeitam, mesmo com algumas diferenças marcantes entre elas. Um
tanto oprimidas pelas limitações da época, tendo sua liberdade cerceada por
escola, igreja e família, cada uma das três Marias segue seu caminho da forma
que lhe cabe, sendo Guta, a narradora (um alter ego de Rachel?) a que toma as
atitudes um pouco mais rebeldes.
É uma história bonita, bem contada,
que retrata um recorte bem específico no espaço, no tempo e no gênero.
Nunca li essa autora! Certamente preciso passad por ela um dia.
ResponderExcluirEu vou tentar mesmo ler O Quinze ainda nas férias! bjs e obrigada pelo comentário. É um estímulo!
ExcluirLi "O Quinze" ainda adolescente, mas me lembro que fiquei apaixonado pela autora e sua forma de escrever. Vou adicionar sem dúvida nenhuma mais essa obra à minha lista, pois acho interessante traçar esse paralelo entre as dificuldades que minorias (por vezes mais sociais que numéricas) tinham há quase cem anos com as que temos hoje em dia. Obrigado, Dri!
ResponderExcluirOtávio, eu que agradeço pelo comentário. It makes a difference! bjs
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